Celebrado desde 1993, o Dia Mundial da Água tem como objetivo alertar governos, empresas, organizações não governamentais e todos os setores da sociedade sobre a escassez dos recursos hídricos. Além disso, tem o objetivo de promover a conscientização pública da preservação desse líquido tão essencial à vida.
O território brasileiro contém cerca de 12% de toda a água doce do planeta. Ao todo, são 200 mil micro bacias espalhadas em 12 regiões hidrográficas, como as bacias do São Francisco, do Paraná e a Amazônica (a mais extensa do mundo e 60% dela localizada no Brasil). É um enorme potencial hídrico, capaz de prover um volume de água por pessoa 19 vezes superior ao mínimo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) – de 1.700 m³/s por habitante por ano.
Às vésperas do Dia Mundial da Água, a Unesco, em parceria com a organização Un-Water apresentou o Relatório mundial da Água 2022, intitulado “Águas subterrâneas – tornando o invisível visível”, que tem como objetivo incentivar a exploração e proteção dos lençóis freáticos, mostrando que a gestão equitativa e sustentável será a chave para sobreviver e se adaptar às mudanças climáticas, atendendo a população que não para de crescer.
“O ciclo hidrológico nos ensina que a água está em constante movimento. A água evapora, se condensa e circula – mas nunca está estática. Parte desse processo, quando a água escoa no solo e se acumula em reservatórios subterrâneos. Esse é um recurso natural crítico, invisível, mas indispensável para a vida” aponta o texto.
O relatório também esclarece que quase 50% das populações urbanas do mundo utilizam fontes subterrâneas de água, porém, a cada dia, mais aquíferos são poluídos, explorados e, consequentemente acabam secando. “A conclusão é clara: melhorar a forma como usamos e gerimos as águas subterrâneas é uma prioridade urgente, se quisermos alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030”, alerta o material em outro trecho.
Os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) tem como meta melhorar, até 2030, a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando dejetos e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigoso, aumentando substancialmente a reciclagem e reutilização segura globalmente.
Monitoramento de recursos hídricos realizado no Conexão Mata Atlântica
O monitoramento ecossistêmico, conduzido no âmbito do projeto Conexão Mata Atlântica, avaliará 48 propriedades caracterizando os corpos d’água quanto à classe; análise de parâmetros físico-químicos; índices de qualidade de água (IQA); índices de qualidade de água bruta para fins de abastecimento público (IAP); regulação e balanço hídrico; tensão, umidade e potencial água/solo; microclima.
Estas análises envolvendo os temas de biodiversidade, carbono, solo e água, irão resultar no desenvolvimento de modelo de análise integrador dessas distintas dimensões ambientais; padrões de referência e protocolos de monitoramento de grupos biológicos, conservação do solo e na qualidade e produção de água; na identificação de impactos sobre áreas que estão sob intervenção; em diretrizes de avaliação de impacto ambiental, sobretudo para avaliação da efetividade de instrumentos de PSA.