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Em 27 de maio de 1560, o Padre Anchieta escreveu a Carta de São Vicente, na qual contava sobre uma floresta tropical incrivelmente linda e biodiversa: a mata que cercava o litoral do oceano Atlântico. Essa data foi, em 1999, escolhida para homenagear a natureza brasileira e, também, para lembrar a importância de deter o desmatamento, recuperar o que já foi perdido e cuidar bem das porções remanescentes.

Em 1560, a Mata Atlântica ocupava 15% do território brasileiro e abrigava milhões de unidades de uma árvore chamada Caesalpinia echinata (atualmente Paubrasilia echinata), mais conhecida como pau-brasil. A planta, que deu nome ao país, produzia um ótimo corante, e sua madeira era considerada excelente para a construção de navios. Para se ter uma ideia, dados da Fundação Nacional do Pau-Brasil (FunBrasil), apontam que, naquela época, mais de 70 milhões de mudas de pau-brasil foram enviadas para Portugal. De lá para cá, assim como a vegetação nativa foi em grande parte devastada, a árvore entrou em extinção.

Mas ainda há outras espécies de madeira nobre na região: canela, cedro, jequitibá e imbuia são presenças confirmadas na comemoração do Dia Internacional da Mata Atlântica. Na flora, há mais de 20 mil espécies, entre árvores, flores, algas, fungos (como os cogumelos), arbustos, musgos, samambaias. São quase mil espécies de pássaros: beija-flores, tucanos, papagaios, garças, corujas, gaviões e diversos outros. E mais de 350 espécies de peixes, 200 de répteis, 370 de anfíbios e 5% dos vertebrados do mundo, entre onças, saguis, micos, antas, tamanduás.

O Dia Nacional da Mata Atlântica serve para lembrar que essa rica biodiversidade merece ser conservada. Incentivar a preservação é a prática diária do Projeto Conexão Mata Atlântica, que já contribuiu para restaurar mais de 28 mil hectares desse bioma e orientou mais de 500 produtores rurais sobre a importância de cuidar do lar de 72% dos brasileiros.

Então, fica aqui o convite: aproveite a efeméride para lembrar que a Mata Atlântica é o cenário de uma festa que nunca termina, repleta de cachoeiras, rios, florestas, embalada pelo canto dos pássaros e perfumada pelas flores das matas nativas. Preservar esse espaço é uma tarefa diária cuja recompensa é manter a floresta cheia de vida.