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Vlademir Otaviano dos Santos e a esposa Márcia sempre foram apaixonados pela natureza. Ela, mais familiarizada, cresceu passando os finais de semana e férias no sítio da família, o São Miguel, pertinho de São Luiz do Paraitinga, no estado de São Paulo. Ele, metalúrgico, ao se aposentar resolveu aceitar o desafio de transformar o pedaço de terra que herdaram em um novo projeto de futuro.

Vlademir explica que o primeiro passo foi cercar a mata e as duas nascentes presentes no seu território. Só daí é que começou o trabalho mesmo: segregar, plantar mudas, utilizar adubo verde. O piquete foi o movimento seguinte, com resultados animadores. "Até então, o gado e os cavalos pisoteavam as duas represas e deixavam a água toda poçada. A água chegava a baixar 20 centímetros, conforme a gente percebia pelo ladrão". Dois anos depois, conta ele, o resultado é uma terra onde sobra água - mesmo no período em que a região do Vale do Paraíba enfrenta o período de seca sazonal, como agora.

"Toda a região está seca, mas no meu sítio tem bastante água e o gado de corte cresce saudável", conta o dono do Sítio São José, resultado da divisão, com o cunhado, das terras deixadas pelo sogro. Segundo ele, sem o aporte financeiro recebido pelo Pagamento de Serviços Ambientais (PSA) essa abundância não seria possível. "O projeto beneficia não apenas a minha família, mas também a própria mata e o clima da região". 

Em abril, o sítio foi certificado pelo Projeto Conexão Mata Atlântica, relata orgulhoso Vlademir. "Este ano, temos muita água e está sobrando pasto", e sabe o que mais? "Temos até lobo guará, um animal em extinção, vivendo nas nossas matas!", comemora.

 *Baseado em uma história real