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Boa notícia: o aumento de 4,9%, na última década, da vegetação nativa na região do estado de São Paulo. Mais 214 mil hectares de matas e outras formações naturais, alcançando hoje uma cobertura de 22,9%. O desafio é que o inventário florestal recém divulgado demonstra que esse ganho está mal distribuído, sendo abundante no litoral e exíguo no interior. 

Para considerar que a biodiversidade na Mata Atlântica está conservada, ao menos 30% do território teria que ser coberto por vegetação natiiva, segundo estudo publicado na revista Science. A realidade é que a mata está presente de forma bem menos pujante. Mais da metade (446) dos 645 municípios do estado tem menos de 20% de vegetação nativa; 133 deles têm menos de 10%. Volume insuficiente para proteger a água e assegurar a manutenção dos serviços ambientais essenciais para o campo e as cidades.

Nas regiões em que o uso de agrotóxicos e monoculturas de cana, soja e pecuária já provocaram grandes estragos, seria preciso que as propriedades investissem em recuperar a cobertura vegetal nativa. Projeto temático da Fapesp aponta que 231 mil imóveis rurais, a maioria na Mata Atlântica, atuam em deficit em relação ao Código Florestal. Apenas nas Áreas de Preservação Permanente que protegem os rios e as nascentes (APPs), a dívida é 3 vezes maior do que a área recuperada (692 mil ha), fortemente concentrado em grandes propriedades rurais, agronegócios de cana-de-açúcar e pastagens.