Com
o objetivo de avaliar o alcance das ações de PSA na região abrangida pelo
Projeto, o monitoramento ecossistêmico avaliará a variação de espécies de fauna
e flora, além da mitigação de emissão de gases e o quanto as mudanças de uso do
solo contribuem para melhorar a qualidade da água.
Para o levantamento, serão avaliados pontos relativos ao PSA Uso múltiplo, em cerca
de 7 propriedades por estado participante do projeto: Rio de Janeiro, em que o
desenvolvedor é o Instituto Estadual do Ambiente (INEA); Minas Gerais, região
em que o parceiro estratégico é o Instituto Estadual de Florestas (IEF); e São
Paulo, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Infraestrutura e Meio
Ambiente (SIMA), e onde também serão avaliadas outras 7 propriedades, essas,
porém relativas ao PSA Proteção.
O monitoramento terá duração de um ano e os experimentos de fauna, flora, água
e solos irão variar em cada propriedade, dependendo das condições físicas dos
locais e da disponibilidade do proprietário. Nesses 12 meses, serão instalados
equipamentos que, após as quatro campanhas de coleta e manutenção, serão
removidos e a área estudada será regularizada, sem ter sofrido qualquer
alteração. Os locais demarcados para monitoramento, chamados de “parcelas”,
variam conforme o objetivo do estudo.
Para análises sobre características do solo e da água, serão necessárias até
três parcelas com dimensões de 22,1 x 3,5m, localizadas em áreas com três tipos
de uso ou cobertura vegetal: floresta, pastagem sem manejo e pastagens
manejada. Nesses terrenos, serão instaladas estações climáticas, compostas por
equipamentos eletrônicos como medidores de chuva, temperatura, umidade relativa
do ar, velocidade do vento, radiação solar, nível de água, perda de sedimentos,
tensão da água no solo, umidade e temperatura do solo. Também será instalado um
equipamento que concentra o fluxo de água dentro da parcela e o direciona para
uma calha que deságua o material acumulado em um reservatório de 2 mil litros.
A análise da flora consistirá em levantamento das espécies presentes e medição
de árvores, arbustos, ervas, incluindo galhos e folhas no solo. Serão
selecionadas três parcelas de 20 x 50m com uso de pastagem manejada e floresta
secundária em estágio inicial. Eventualmente, algumas espécies de difícil
identificação poderão ter partes como galhos, folhas e flores coletadas, para
posterior determinação em laboratório. As parcelas de flora serão demarcadas e
sofrerão intervenções mínimas, como marcação de árvores com placas de
identificação e alocação de alguns equipamentos de pequeno porte. O uso do solo
nessa parcela deverá ser evitado.
O levantamento de espécies da fauna ocorrerá por meio da instalação de
equipamentos específicos para registro de abelhas, vespas, borboletas, aves,
mamíferos e invertebrados de solo em pontos amostrais pré-determinados. Os
equipamentos, todos de pequeno porte, serão mantidos na área apenas durante as
quatro campanhas de coleta de informações.
Para proceder ao monitoramento ecossistêmico, foi
lançada seleção pública que teve como vencedora a STCP Engenharia de Projetos,
a qual executará os levantamentos em campo e analisará as informações
coletadas. O projeto “Recuperação de Serviços de Clima e Biodiversidade no
Corredor Sudeste da Mata Atlântica Brasileira” é coordenado pelo Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O consentimento dos proprietários em
participar e contribuir com o projeto é voluntário. Destaca-se que avaliar o
impacto do mecanismo de PSA na conservação dos remanescentes florestais é de
crucial importância para o Projeto Conexão Mata Atlântica e para subsidiar iniciativas
futuras de preservação do meio ambiente.