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Com objetivo de conservar a biodiversidade das matas e as nascentes, além de promover a geração de renda no campo, o projeto Conexão Mata Atlântica distribuiu gratuitamente 132 mil mudas de espécies nativas a 146 produtores rurais paulistas, por meio de um chamamento público da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA). A iniciativa recebeu elogios dos produtores, que já fizeram a plantação; um motivo de alegria e esperança de conservação do solo e da água, tão necessária para a preservação do bioma regional.

É o caso do produtor Luiz Otávio Henriques Pimentel, de Bananal, no Vale do Paraíba. Ele plantou 1.500 mudas de árvores nativas, entre elas: araçá, açoita cavalo, cedro e ipê. "Estou muito satisfeito. A plantação foi feita em Áreas de Preservação Permanente (Apps), junto à uma agrofloresta já existente, dando seguimento ao reflorestamento que estamos fazendo aqui para benefício do meio ambiente", revela.

Já o produtor Paulo Sérgio Cândido, de São Francisco Xavier (distrito de São José dos Campos), também no Vale do Paraíba, diz que o seu maior objetivo com o reflorestamento é a proteção das nascentes de seu sítio de 27 mil metros quadrados. Ele plantou as 900 mudas de palmeira juçara que recebeu em uma área de floresta, em meio à forte emoção. "Fizemos um mutirão que envolveu meus irmãos Pedro, João, Renato e Luis e as cunhadas Nádia e Elaine. Dei a essa plantação o nome de Ana Maria Cândido, em homenagem à minha irmã que faleceu no ano passado. Sem dúvida, as mãos dela estavam lá, junto com as nossas na hora do plantio, pois ela adorava trabalhar na terra! Agradeço muito essa doação!".

Outra beneficiária do Conexão Mata Atlântica é a produtora Renata de Albuquerque Pinheiro, que também tem um sítio em São Francisco Xavier. Ela recebeu – e já plantou – 450 mudas de araucária. "Como a terra já estava com os berços abertos, conseguimos plantar as mudas em menos de uma semana. As árvores foram plantadas na borda da Mata Atlântica, formando no futuro um bosque de uma espécie que está em risco de extinção. Sendo assim, o maior benefício é para o planeta e para as próximas gerações", lembrou ela, elogiando a iniciativa do projeto.

Foram distribuídas mudas de diversas espécies, como jequitibá, louro-pardo, canafístula, cedro, araucária, cambuci, pitanga, ipê, cereja-do-rio-grande, palmeira-juçara e outras, para produtores dos municípios de Areias, Bananal, Cachoeira Paulista, Cunha, Guaratinguetá, Lagoinha, Lorena, Natividade da Serra, Paraibuna, Redenção da Serra, São José dos Campos (para o distrito de São Francisco Xavier), São Luiz do Paraitinga, Silveiras e Taubaté.

O engenheiro florestal Rômulo Soares Gomes de Oliveira foi um dos que orientaram os produtores rurais na forma de plantio. Ele conta que chegou a fazer um pequeno compêndio sobre o assunto, ficando à disposição dos contemplados para tirar eventuais dúvidas. No entanto, tudo correu bem. "Como são produtores, não houve grandes dificuldades; talvez a maior mesmo tenha sido o veranico que ocorreu no início do ano, na época do plantio".

O extensionista rural ressaltou ainda que "mesmo sendo uma das principais finalidades do edital criar uma alternativa econômica de médio e longo prazo para os contemplados, seja na exploração da madeira ou de frutos, os produtores plantaram mais pensando em restaurar a vegetação nativa da região. A exploração econômica ficou em segundo plano. Tanto é que plantaram em locais de nascentes e ao longo de cursos d´água visando esses benefícios. Praticamente todos produtores que pleitearam mudas têm um viés conservacionista muito forte; então se não produzirem madeira, com certeza vão produzir muita água", concluiu.