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Os produtores rurais beneficiados pleo Conexão Mata Atlântica no estado do Rio já começaram a investir os recursos do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) no desenvolvimento dos planos de ação propostos pelos próprios produtores rurais com auxilio da assistência técnica no projeto, que preveem investimento nos negócios rurais. Além de aumentar a produção e aprimorar os processos produtivos, as inovações propostas pelo Salto Tecnológico também podem garantir maior segurança e qualidade dos alimentos cultivados no campo.

O produtor Carlos Rosa com a família e os equipamentos recém-chegados. Foto: Gustavo Stephan

O produtor Carlos Martins Rosa, do Assentamento PA Vida Nova, no distrito de Ipiabas, no município de Barra do Piraí, é um dos beneficiários do Conexão Mata Atlântica que já começou a aplicar os recursos do PSA. A propriedade do senhor Carlos é uma importante prestadora de serviços ambientais. Cerca de 22% da propriedade é uma área remanescente de Mata Atlântica: 28 hectares de floresta nativa - o equivalente a 40 campos de futebol.

Animado com a possibilidade de crescer, o senhor Carlos não perdeu tempo e com o recurso do PSA já adquiriu equipamentos que vão ajudar ele e a família – a esposa Maria e os três filhos também trabalham na lavoura – a ampliarem a produção. Foi adquirido um microtrator, para preparo do solo para o plantio de leguminosas e hortaliças, uma carretinha para transporte de insumos e produção, uma roçadeira, uma motosserra, além de materiais para construção de um rancho para guardar todos os equipamentos.

Segundo o coordenador executivo do Conexão Mata Atlântica no Rio, Gilberto Pereira, a propriedade do senhor Carlos, que é agricultor familiar e assentado de programa de reforma agrária do estado, será a mais impactada positivamente pelos recursos do projeto. “Com a assistência técnica do projeto em parceria com a Emater local, eles terão como crescer, mantendo a área de floresta preservada e ainda poder receber pela prestação desse serviço ambiental. O projeto deles é muito bonito, com agricultura orgânica e sustentável. Será um grande prazer para nós poder contribuir para o sucesso das ações na propriedade!”. 

O técnico do projeto, João Batista, com o produtor Mauro Muniz: produção de energia solar. Foto: Gustavo Stephan

O produtor rural Mauro Muniz, da Fazenda Peroba, em Italva, vai inovar e está investindo o recurso do PSA na produção de energia solar, um tipo de energia limpa e sustentável. Serão instaladas 10 placas de energia solar com capacidade para produção de 400 kw/mês, o suficiente para atender a demanda de consumo de energia da casa da propriedade e da irmã, Gianna, que também é beneficiária do projeto. A ideia surgiu a partir da assistência técnica do projeto, sob orientação do técnico João Batista, que atende os produtores da região.

O produtor foi recompensado pela conservação de 19 hectares de floresta nativa (24% da propriedade) e já faz planos de investir os recursos de PSA do próximo ano para implementar um sistema de bombeamento de água para o topo do morro para irrigação por gravidade do pomar da propriedade. "Vale destacar que as inovações e investimentos são sempre discutidos com os técnicos do projeto e guardam fortes critérios para viabilizar a sustentabilidade e conservação dos recursos naturais da propriedade e da microbacia como um todo", ressalta Gilberto.

O produtor José de Almeida, do Sítio Xodó, em Varre-Sai, já está quase concluindo a obra do galpão que abrigará a sala de fermentação e alambique para a produção de vinho e cachaça artesanais, projeto que só foi possível graças aos recursos do PSA. 




O produtor José Almeida já começou a construir o galpão para produção da cachaça e vinho artesanais. Fotos: Gustavo Stephan

José chegou em 1978 na propriedade, que por muitos anos teve o café como a principal atividade econômica. No entanto, há alguns anos José e as filhas vêm investindo na diversificação dos negócios. Além da apicultura, que rende cerca de 300 kg de mel por ano, a família se uniu para produzir algumas delícias da roça como a carne de lata, pães, bolos, vinho, compotas, entre outros produtos artesanais preparados com matéria prima do próprio sítio ou de fornecedores da região.

O produtor foi recompensado com o PSA por preservar mais de 10 hectares de mata atlântica por meio de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), além de restaurar uma área de cerca de um hectare e implementar práticas de conversão produtiva.